Foi aos 11 anos e nem reparava, todo dia na escola era apenas mais um aluno. Eu fazia tipo puxadora de bagunça e ele com 11 anos era marrento, sério e sentava na primeira cadeira, mas eu não percebia isso. Depois de um tempo vi ele na igreja, por acaso...
Era difícil eu ir aquela igreja, mas estava me sentindo vazia e por um milagre preferi ir pra igreja do para casa de uma amiga. Naquele dia, foi como se tirassem uma venda dos meus
Era período de férias escolares, então provavelmente só iria vê-lo de novo depois de umas cinco semanas. Mas eu não queria esperar, decidi voltar a igreja nos dias seguintes, pelos motivos errados, eu sei, reconheço, queria apenas tentar ver aquele indivíduo de novo. Deu certo algumas vezes.
Não saber esperar... eu fiz isso muitas vezes na minha vida, a falta de discernimento e falta de paciência para esperar o momento certo me levaram a tomar muitas decisões erradas.
Quando as aulas voltaram ele veio falar comigo.
Ele: e aí...te vi na igreja algumas vezes, há quanto tempo você frequenta?
as perguntas seguintes foram se eu queria ir com ele numa reunião de adolescentes, que eu topei.
Começamos uma amizade naquele ano, aos poucos fui saindo do Fundão da sala e passei a sentar perto dele e ir aquela igreja com mais frequência. Depois de dois meses já éramos inseparáveis. Percebi nas primeiras semanas eu estava gostando dele, mas sabia que ele tinha propósitos na igreja e tentava me afastar pra não interferir. As vezes ele dizia que eu era de lua. Mal imaginava que eu estava tentando afasta-lo de mim, mas não conseguia ficar longe por muito tempo.
Passávamos o horário da escola todo juntos, interagíamos com toda a turma, éramos bem desenrolados, acho que a gente se dava bem com todo mundo. A galerinha da turma logo sacou que podia tá rolando alguma coisa e começaram a jogar verde - "já saiu o primeiro beijo?" "huuum...casalzinho novo!"
A gente trocava livros, mas eu só queria uma desculpa pra depois ter que ir na casa dele pegar de volta.
Um dia um amigo nosso da escola chegou na gente se referindo a mim como namorada daquele indivíduo...eu sorri, mas ele reagiu mal àquela brincadeira, cortou a graça na hora disse que só tinha amizade. Eu fiquei com a cara no chão, aquele balde de realidade mudou minha energia. Não esperei 5 minutos e decidi me afastar antes de correr o risco admitir que gostava dele.
No mesmo dia ele me perguntou porque estava estranha. minha lua tinha virado. E insistiu em querer uma resposta.
-Ele: O que você tem?
-Eu: ..Nada não. tô de boa.
-Ele: O que você tem? Fala. Você taaava de boa, mas AGORA tá estranha.
-Eu: ..Nada não. tô de boa.
-Ele: O que você tem? Fala. Você taaava de boa, mas AGORA tá estranha.
Ele estava em pé e eu sentada na carteira da sala de aula, quando decidi responder baixei a cabeça na mesa pra esconder meu rosto e falei :
- Eu Gosto de você. (pensei "pronto falei, caramba e agora?")
Olhei pra ele...o indivíduo tava fazendo cara de quem não entendeu. Mas eu segui dizendo:
- Você ouviu e eu não vou repetir!
Ele sorrio e balançou a cabeça se achando o bam bam bam da turma.
Essa foi minha resposta curta, nervosa e com a certeza de que ele iria se afastar. Por um instante ele me olhou com um dizer afetuoso nos olhos, mas logo passou e ele se fechou, se afastou.. as horas seguintes foram de apreensão, em casa eu pensava "perdi um amigo, ou ganhei um amor?" Será que ele não vai mais falar comigo?"
No dia seguinte não sabia o que fazer, nem o que falar então, voltei pra turma da bagunça de antes, sentei no fundão, mas não conseguia me encaixar no grupo...eu estava diferente, queria estar lá na frente.
Continua...
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