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domingo, 15 de março de 2015

Primeiro Amor- Parte 11


Pelo contrário, ao mesmo que senti raiva dele, também quis ir correndo para os braços dele. 
Domingo quando cheguei na igreja só conseguia pedir perdão a Deus porque nos meus pensamentos só passavam ideias de fugir ou morrer, apesar de ter atitudes aparentemente certas, apesar de por fora aparentar alegria, ser amiga, conselheira, um exemplo pra quem convivia comigo. Por dentro eu estava toda errada.  Então, no momento de oração na igreja chorei, chorei como criança. Todos perceberam que não eram lagrimas de estar na presença de Deus e sim de amargura, e vieram amigas, obreiras, a esposa do pastor uma após outra perguntar se eu estava bem, e apesar de estar com os olhos molhados e inchados a resposta era automática com sorrisão nos lábios:  Sim, tudo bem.

Naquele dia contei o que aconteceu apenas para uma amiga das que vieram me perguntar, escondida no banheiro eu disse: - O Bruno me mandou uma mensagem enorme se declarando para mim, eu senti tanta raiva, mas agora estou com medo. Ainda gosto dele, e to toda errada. Eu sorrio, mas nunca estou bem. E a, chorei mais um pouco.

Na segunda-feira a noite o Bruno tornou a me mandar uma nova mensagem, agora, dizendo que não suportava me ver com outra pessoa, por isso eu deveria sumir; minha resposta foi como quem não se importava nenhum um pouco com a situação: - se minha presença te incomoda se retire você, me bloquei e pare de procurar saber da minha vida. - Entre patadas e indiretas a conversa se prolongou e acabamos marcando de conversar mais no dia seguinte.

Terça-Feira de manhã, acordei para ir ao trabalho mais empolgada do que o normal, quando chegou perto das 10 da manhã já estava com frio na barriga, um nervoso adolescente! Quando o Bruno ficou online E me deu um "Bom dia!" fiquei parecendo uma garotinha apaixonada: nervosa e com sorriso bobo. Meus colegas de trabalho perceberam e perguntaram qual a cor do passarinho que eu teria visto para estar com olhos brilhando.

Conversamos e conversamos, ele tentando me convencer de que não me esconderia mais nada novamente e depois de algumas semanas ponderando, (ou sei lá o que eu estava fazendo...talvez tentando parecer não tão disponível),  decidi ficar com ele, para isso teria que me separar do meu  marido. 

Era março de 2014 e fizemos planos para os próximos 5 meses...eu iria juntar dinheiro para pagar um aluguel, porque obviamente sairia de casa para morar sozinha, meus pais não me aceitariam de volta. Assumiríamos nossa relação depois de seis meses que saísse o divorcio para que o "povo" não culpasse o Bruno pela separação.

Mas nada saiu como planejado. Os planos não permaneceram no papel nem 2 meses. Já não suportava viver com uma pessoa e pensar em outra. Foi ai que, como disse o bispo, no culto de ontem na igreja, eu tive "uma ideia brilhante" (sarcasmo). Comecei a analisar todas as vezes que tinha decidido me separar desde o namoro e em todas no meio do caminho eu desistia, de alguma forma eu acreditava que estava errada e todos os outros estavam certos.

Propus que Bruno fosse meu amante, assim ele não teria compromissos comigo, eu não teria que confiar nas promessas dele, nem correria o risco de me decepcionar de novo, e a gente poderia curtir quando desse. O rapaz ficou irado, se fez de ofendido (risos). - Sou homem de assumir, quero uma primeira dama pra andar de mão dadas e te chamar de minha mulher, não quero amante. - Disse ele. 

Ah, mas naquele momento da minha vida, com 21 anos de idade,  eu não queria correr o risco de desistir de mais nada. Depois do piti que ele deu, no dia seguinte sugeri que a gente marcasse um encontro em um motel, seguinte a isso eu admitiria a todos a traição e seria mais fácil pro marido me largar. Calculei que ele não me perdoaria e sairia mais rápido o divorcio. 

Então, conversei com o Bruno  e disse que dessa vez eu não iria fazer nada "certinho" a explicação foi bem assim -  Passei sete anos tentando fazer tudo o que os outros queriam pra minha vida e até agora não sou nada do que quero ser. Quero me encontrar e ir para um motel com você e depois disso vou contar para minha família do divorcio e o motivo vai ser a traição; com certeza todos vão ficar irados comigo, e meu marido vai ter tanto nojo que me dará o divorcio no dia seguinte! Eu sei que vai ser difícil, mas tenho um emprego, posso me sustentar. Já que tu não quer uma amante, assume essa treta que eu vou fazer. E vou fazer porque eu quero ficar contigo, então não vem com esse papo de "faça por você". Eu quero saber é se tu vai aguentar e me assumir e me respeitar e tentar fazer nosso relacionamento durar. Não vai ser fácil, mas se tu topar, a gente fica junto no meio desse caos e faz dar certo. se não a gente para por aqui e segue vida. 

Foi isso.

Mas, não passou pela minha cabeça que o difícil seria tão, tão difícil!


Depois da traição sai de casa, mas isso não quis dizer que consegui o divorcio. Por fim não consegui fazer o meu marido ter o tal nojo que pensei que ele teria. Eu trai, disse mais uma vez que não o amava e mesmo assim ele pediu pra eu ficar. Sei lá porque...com certeza a gente não se fazia bem. Claro que tivemos muitos momentos bons. Talvez ele se prendesse aos primeiros meses quando nos conhecemos. Ou aos momentos de difíceis que eu o apoiei. Mas mesmo assim não era o suficiente, não para mim.

 Ou seja, fiz tudo errado pensando que seria um atalho mais rápido de chegar ao resultado, mas quebrei a cara. 

 Depois de algumas conversas ele finalmente percebeu que eu não ia voltar atrás. Aí bateu a ira. Ele queimou todas as minhas roupas, sandálias, meus documentos, livros, conseguiu acessar meus E-mails, Facebook, foi assim que perdi meu primeiro blog. Depois de uma briga na frente da casa dele paramos na delegacia, eu de braço roxo e meu irmão querendo matar o tecladista... A família do ainda  marido, estava totalmente revoltada, o que ocasionou vários constrangimentos no meu ambiente de trabalho. Além dos barracos na porta da empresa, ainda inventaram que eu tinha um caso com o dono da empresa e por isso eu estava me separando, esposa do meu chefe tomou por verdade, constrangimento seguido de desemprego...Ainda perdi os "amigos", pelo menos considerava. Engraçado, meu marido vivia falando mal das minhas amigas, dos meus pais, não gostava que eu tivesse momentos a sós com eles, eu sempre tinha que tentar defende-los para ter um mínimo de convívio, mas nos meses mais difíceis que tive, advinha só, ninguém ficou do meu lado, todas as amizades deram apoio a ele.

Nas semanas seguintes estava desempregada, usando roupas emprestadas, morando na casa dos meus pais ouvindo reclamações e uma lista de pragas.  Ainda aguentei uns três meses na casa dos meus pais. Mas isso não durou muito porque as ameaças de "vou te pegar na rua" "não sei do que sou capaz se cruzar contigo", as indiretas, exclusão dos amigos, desemprego estavam me deixando arrasada eu queria me afastar daquele lugar. Pedi para a mãe do Bruno e ela  me aceitou na casa deles, sai daquele interior.

Dai em diante vivi os melhores e mais difíceis dias da minha vida. Além de toda a amargura espiritual, ainda tinha a negação dos meus pais ao meu relacionamento com Bruno e também tive que aprender a suportar os olhares julgadores de muita gente. 

Com o passar de oito meses, minha família  superou a fase de negação contra meu novo relacionamento e o Bruno já estava nos almoços da família. Viajamos juntos e todos que o conheceram simpatizaram com seu jeito,  e  eu  estava cada dia mais feliz na vida sentimental. Sem nenhuma duvida eu estava do lado do homem da minha vida. 

Mas, por outro lado saber que estava errada com Deus me deixava triste. E isso nos motivou a agilizar o mais rápido possível o casamento, mesmo que fosse apenas no civil. 

Os meses seguintes uma busca implacável para conquistar o quanto antes a certidão de divorcio, que aliás demorou para sair. Depois que consegui, procuramos da entrada no casamento com alguns imprevistos, mas estava determinado a dar certo! 

Então, no dia 14 de Março de 2015 as 11:30am nos casamos e oficialmente perante a lei pertencemos um ao outro. Sem festa, sem meus país, sem meu irmão, sem um pastor pra dizer amém.

Não vim expor minha vida sem propósito algum, é uma historia real, para ajudar você a entender  que ninguém, absolutamente ninguém deve decidir o rumo da sua vida sentimental a não ser você mesmo


Não busque aprovação social, não busque aceitação de outras pessoas tendo que negar seus pensamentos, sentimentos, sua verdade. Viva e busque a aprovação de Deus. Se esse tivesse sido meu único foco desde o inicio, minha vida não teria desandado para um abismo de conflitos e tristezas por tanto tempo.
 
Não deve ser os seus parentes, nem a pessoa que você mais respeita que deve lhe dar a direção da sua vida e sim o Espírito Santo, porque se eu tivesse seguido Sua voz desde o inicio eu não teria aflições que deixaram cicatrizes na alma que ninguém mais pode cura-las, somente Deus. 

No amor não há dúvidas, não há limites para ceder e fazer sacrifícios pelo bem da relação, isso é mútuo, uma via de mão dupla. 

Se esses sacrifícios tem sido pesados de mais, difíceis demais é porque tem algo de errado na balança desse relacionamento.

Não deixe pra depois. Não ponha a decisão de fatores importantes da sua vida nas mãos do tempo, muito menos de outras pessoas,  análise e faça agora o que for melhor para alcançar uma qualidade de vida satisfatória.

Assim, deixando as coisas velhas para trás, iniciando minha nova vida, ao lado da pessoa que amo desde criança, eu encerro a serie Primeiro Amor.

Beijinhos!

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