Ele era 6 anos mais velho que eu. Quem sempre "ganhava" as discussões, quem tinha o controle das decisões era ele. Constantemente me sentia diminuída. O que era "compensado" com vários presentes, passeios, e declarações de amor. Claro que com 16 anos, eu não tinha essa clareza de raciocínio para entender que estava sendo anulada, ou controlada.
Mas em algum momento, em todos os cultos e vigílias da igreja era abordado vida sentimental, isso era normal. O que não era normal era a aflição dentro de mim que só confirmava que eu não deveria me casar... não havia amor para manter um casamento com tantas diferenças.
Apesar de não ter o entendimento que tenho atualmente, o pouco que vivíamos me fez perceber que era hora de parar, antes que fosse tarde. Depois do noivado não tinha contado sobre meus sentimentos a niguém, eram conflitos internos...
Decidi passar um fim de semana na casa de uma amiga, na Guanabara, também fui a igreja que frequentava quando morava lá. Tudo era nostálgico e dolorido, bom e triste ao mesmo tempo... Quando vi o Bruno passando pelos corredores da igreja fiquei com meu coração palpitando forte, parecia que eu ia vomitar. Ele evitou falar comigo, só acenou com a cabeça e passou reto. Me deu vontade de chorar. A vozinha na minha cabeça gritava "porque ele me ignora? Porque ele não fala mais comigo?
Caiu a ficha. Tive que admitir, eu ainda gostava do Bruno. Voltei pra casa triste comigo por ter me permitido estar vivendo naquela situação. Naquele momento queria o poder de voltar dois anos no tempo pra decidir ficar solteira e cuidar de mim.
Pra completar no decorrer da semana o Bruno me adicionou no falecido MSN e finalmente começamos a conversar e depois de um longo período sem respostas tudo veio a tona.
Descobri que ele não falava comigo porque um obreiro, conselheiro do nosso grupo de adolescentes, deu um ultimato, ou ele cortava contato comigo e tinha a indicação pra se tornar obreiro, ou mantinha contato comigo e seria retirado do grupo que fazíamos parte.
Ele gostava de mim, mas teve que escolher, o que parecia certo era se afastar. Mas não tínhamos mais 12 anos de idade e mesmo sem contato aos 16 a gente ainda se gostava.
Decidi falar a verdade sobre o que sentia aos meus pais e contei também ao meu noivo. Mas confesso que evitei falar sobre o Bruno, sabia que não ouviriam mais nada do que eu dissesse se tocasse no nome dele.
Não que tenha feito muita diferença. Ouvi que eu era imatura, que estava apenas nervosa, que as dúvidas iam acabar quando eu casasse.
Foram 2 meses difíceis, minha opinião e nada eram a mesma coisa. Ficaram sabendo do Bruno, pensei que talvez ajudasse a me livrar da situação que eu mesma me meti. Não ajudou em nada. Apenas acusaram ele de confundir minha cabeça - como se eu não soubesse fazer isso sozinha... (risos).
Eu tinha 16 anos e tudo o que eu falava era considerado como tolice e nervosismo. Mesmo contando ao meu noivo e a família dele a real situação, ele também não desistia de mim. Acreditem, apanhei até com cabo de vassoura, meus pais ameaçaram me mandar para outro Estado - não sei porque naquele tempo isso pareceu tão terrível para mim(?) - Desisti de sair daquela situação.
Me apeguei ao versículo "honra teu pai e tua mãe para que teus dias se prolonguem na terra" e obedeci. Depois de ouvir declarações de amor e também me declarar para ele. Coisa que não foi nenhum pouco difícil. Comuniquei ao Bruno minha decisão, isso sim foi dolorido. Nos dois anos de relacionamento que tive com meu noivo uma coisa aprendi muito bem: engolir bem o que eu pensava, o que sentia, e fingir que estava tudo bem. Foi o que eu fiz.
Aos 17 anos, em agosto de 2010 casei no civil, com uma dor escondida na alma que só eu sabia da existência e que também só eu sabia do quanto doía. Na verdade...os envolvidos sabiam também, mas fingiam que estava tudo bem...tudo perfeito.
No dia seguinte ao que casei, ainda morava com meus pais, esperamos o religioso para morar juntos.
Eu estava limpando a casa, ouvindo música e meu telefone tocou. Fiquei olhando aquele número na minha tela e minha mãe me seguiu até o quarto e disse " É o Bruno, não é? Atende na minha frente!"Sentei na cama e atendi.- Bruno: oi ...e aí como você está? Casou mesmo?- Eu: oi... Casei.-Bruno: ta feliz?-Eu: Não, mas não tive como continuar, cansei.-Bruno: tua mãe tá aí do lado?-Eu: sim...-Bruno: pois eu espero que você seja muito feliz dona Priscila, eu vou seguir minha vida. Te amo, Tchau, Meu amor.
Desliguei.
Continua...
Ele era 6 anos mais velho que eu. Quem sempre "ganhava" as discussões, quem tinha o controle das decisões era ele. Constantemente me sentia diminuída. O que era "compensado" com vários presentes, passeios, e declarações de amor. Claro que com 16 anos, eu não tinha essa clareza de raciocínio para entender que estava sendo anulada, ou controlada.
Mas em algum momento, em todos os cultos e vigílias da igreja era abordado vida sentimental, isso era normal. O que não era normal era a aflição dentro de mim que só confirmava que eu não deveria me casar... não havia amor para manter um casamento com tantas diferenças.
Apesar de não ter o entendimento que tenho atualmente, o pouco que vivíamos me fez perceber que era hora de parar, antes que fosse tarde. Depois do noivado não tinha contado sobre meus sentimentos a niguém, eram conflitos internos...
Decidi passar um fim de semana na casa de uma amiga, na Guanabara, também fui a igreja que frequentava quando morava lá. Tudo era nostálgico e dolorido, bom e triste ao mesmo tempo... Quando vi o Bruno passando pelos corredores da igreja fiquei com meu coração palpitando forte, parecia que eu ia vomitar. Ele evitou falar comigo, só acenou com a cabeça e passou reto. Me deu vontade de chorar. A vozinha na minha cabeça gritava "porque ele me ignora? Porque ele não fala mais comigo?
Caiu a ficha. Tive que admitir, eu ainda gostava do Bruno. Voltei pra casa triste comigo por ter me permitido estar vivendo naquela situação. Naquele momento queria o poder de voltar dois anos no tempo pra decidir ficar solteira e cuidar de mim.
Pra completar no decorrer da semana o Bruno me adicionou no falecido MSN e finalmente começamos a conversar e depois de um longo período sem respostas tudo veio a tona.
Descobri que ele não falava comigo porque um obreiro, conselheiro do nosso grupo de adolescentes, deu um ultimato, ou ele cortava contato comigo e tinha a indicação pra se tornar obreiro, ou mantinha contato comigo e seria retirado do grupo que fazíamos parte.
Ele gostava de mim, mas teve que escolher, o que parecia certo era se afastar. Mas não tínhamos mais 12 anos de idade e mesmo sem contato aos 16 a gente ainda se gostava.
Decidi falar a verdade sobre o que sentia aos meus pais e contei também ao meu noivo. Mas confesso que evitei falar sobre o Bruno, sabia que não ouviriam mais nada do que eu dissesse se tocasse no nome dele.
Não que tenha feito muita diferença. Ouvi que eu era imatura, que estava apenas nervosa, que as dúvidas iam acabar quando eu casasse.
Foram 2 meses difíceis, minha opinião e nada eram a mesma coisa. Ficaram sabendo do Bruno, pensei que talvez ajudasse a me livrar da situação que eu mesma me meti. Não ajudou em nada. Apenas acusaram ele de confundir minha cabeça - como se eu não soubesse fazer isso sozinha... (risos).
Eu tinha 16 anos e tudo o que eu falava era considerado como tolice e nervosismo. Mesmo contando ao meu noivo e a família dele a real situação, ele também não desistia de mim. Acreditem, apanhei até com cabo de vassoura, meus pais ameaçaram me mandar para outro Estado - não sei porque naquele tempo isso pareceu tão terrível para mim(?) - Desisti de sair daquela situação.
Me apeguei ao versículo "honra teu pai e tua mãe para que teus dias se prolonguem na terra" e obedeci. Depois de ouvir declarações de amor e também me declarar para ele. Coisa que não foi nenhum pouco difícil. Comuniquei ao Bruno minha decisão, isso sim foi dolorido. Nos dois anos de relacionamento que tive com meu noivo uma coisa aprendi muito bem: engolir bem o que eu pensava, o que sentia, e fingir que estava tudo bem. Foi o que eu fiz.
Aos 17 anos, em agosto de 2010 casei no civil, com uma dor escondida na alma que só eu sabia da existência e que também só eu sabia do quanto doía. Na verdade...os envolvidos sabiam também, mas fingiam que estava tudo bem...tudo perfeito.
No dia seguinte ao que casei, ainda morava com meus pais, esperamos o religioso para morar juntos.
Eu estava limpando a casa, ouvindo música e meu telefone tocou. Fiquei olhando aquele número na minha tela e minha mãe me seguiu até o quarto e disse " É o Bruno, não é? Atende na minha frente!"
Sentei na cama e atendi.
- Bruno: oi ...e aí como você está? Casou mesmo?
- Eu: oi... Casei.
-Bruno: ta feliz?
-Eu: Não, mas não tive como continuar, cansei.
-Bruno: tua mãe tá aí do lado?
-Eu: sim...
-Bruno: pois eu espero que você seja muito feliz dona Priscila, eu vou seguir minha vida. Te amo, Tchau, Meu amor.
Desliguei.
Continua...
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