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sábado, 21 de fevereiro de 2015

Primeiro Amor - Parte 8

Em agosto de 2007 a notícia que eu iria embora para outra cidade foi uma dor na alma não só pela ideia de ficar longe do Bruno, mas também por todas as amizades que tinha feito nos cinco anos morando na Guanabara.




Foram dois meses me preparando para ir embora. Lembro do último dia na escola Álvaro Adolfo, os professores e a até supervisora da escola, tia Penha, (ô mulher braba!) me deram passe livre pra ficar só de chamego com meus amigos e com o Bruno.

Chegou o dia de partir. Que semanas tristes aquelas na nova cidade. Saudade da meus amigos. Eu tinha decidido aproveitar a troca de cidade para focar em meu propósito com DEUS, mesmo assim ainda mantinha contato com Bruno pelo telefone, ou pelo Orkut, mas depois de algumas semanas quando fui visitar meus  amigos, ele parecia não querer estar perto de mim e mal me cumprimentava. 

Não vou nem fingir que fiquei bem, adolescente né amores, aquele gelo que ele me deu parecia o fim do mundo. Em dezembro já tínhamos perdido contato total e eu fiz uma carta para Deus de como eu queria que fosse minha vida e já que parecia não ter futuro com Bruno que Ele me ajudasse a tirá-lo do coração.

Em Janeiro fui consagrada a obreira na igreja, apesar de muitos conflitos internos e várias situações difíceis com as pessoas da igreja, tudo ia bem.

Até que o coração começou a querer dar palpite na minha vida de novo. 

Tinha um moço na igreja que se destacava, era cantor e tecladista nos cultos, lider de grupo na igreja, seis anos mais velho que eu, cursava  faculdade e já trabalhava. Mamãe, sabendo que eu gostava do Bruno, desde o dia que nos mudamos pra aquela cidade vivia falando que aprovaria meu namoro com um rapaz como aquele, que tinha futuro, mas não com um menino da minha idade. 

Depois de ouvir aquilo por cinco meses e já conhecer o rapaz, e a família dele, comecei aprecia-lo, entretanto, o mais importante naquela momento para mim era ser aprovada pela minha família. Então, em 2008 comecei um novo namoro, aplaudido pelo meu ciclo social, autorizado pelos meus pais e pelo pastor da igreja. 

O casal vinte, era assim que todos nos chamavam. Devia ser os planos de Deus pra mim, eu só tinha que aceitar. Parecia tudo certo, afinal tudo cooperava... As vezes eu pensava que talvez eu nunca chegasse a gostar de alguém como gostei Bruno, mas fui dando espaço para me agradar do meu namorado, e não podia negar que até aquele ponto ele era bom pra mim. 

Em parte eu estava feliz com minha vida, a única coisa que me incomodava era o fato de pensar no Bruno diariamente.. eu não queria! Mas em algum momento, fugia do meu controle, ele me vinha nas lembranças. Fingia que isso não me abalava. Quando mamãe me perguntava, "esqueceu o outro lá?" dava uma de desapegada e evoluída (risos).

Por outro lado, o encanto estava se quebrando, meu namoro  depois de uns sete meses começou a ir mal.  Inseguranças, pirraças, estava repleto de imaturidade em ambas as partes. Comecei a notar que havia mais diferenças entre eu e meu namorado do que deveria existir. Mesmo assim eu queria continuar com ele. E assim foram dois anos namorando, nesse período terminamos pelo menos 3 vezes, e apesar de saber o tamanho das diferenças (de personalidade) que existiam entre nós, sempre voltávamos. Nossos amigos e familiares torciam por nós, parecia certo fazer dar certo.

Em 2010, depois de mais uma semana de crise em nossa relação estávamos na frente da minha casa, lembro que naquele dia cheguei a pensar que ele não gostava de mim e decidi colocá-lo "contra a parede" dizendo:

 "Estamos nesse relacionamento de vai e vem e picuinhas  a dois anos e apesar de falarmos no futuro  não estamos indo pra lugar nenhum. Então, ou você toma uma atitude e a gente casa e torna real, ou a gente termina."
 
Houve mais alguns minutos de conversa e ele foi pra casa dele sem nada certo entre nós.

Naquela semana também fui chamada para receber orientação pelos lideres da igreja. Me lembro de ter constantes duvidas sobre meu relacionamento, mas não gostava de transparecer isso, só para minha mãe e duas amigas da Guanabara.  Mas quando os lideres me perguntaram o que seria do meu namoro (em um tom de: coloque um fim nisso.), eu não pensei no que seria melhor para mim, pensei apenas que caso terminasse, os dois anos de relacionamento seriam para nada e no que iriam pensar.

Dias depois ele bateu na porta de casa com um par de alianças e eu disse sim. Estávamos noivos! 

Teve jantar de noivado. Cidade pequena e internet a todo vapor, todo mundo que a gente conhecia sabia que o casório estava sendo planejado.

Me bateu uma angustia.

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